terça-feira, 22 de novembro de 2011

Pedido de Ajuda para Catadores da Granja Julieta

 

Fonte: Texto de Email enviado por Nina à lista de discussão “Agenda 21 Paulista”

Hoje os cooperados da Central de Triagem que atende a região, que ficava na Granja Julieta/Sto Amaro, estão trabalhando em condições desumanas, em outro endereço, próximo à Av.João Dias.

A rua é estreita, grande parte da triagem é ao relento, sem a menor estrutura, sem PEV, sem apoios. Foram prá lá provisoriamente.

ESSA SITUAÇÃO AFETA DIRETAMENTE TODA A COMUNIDADE DA REGIÃO, QUE QUER E PRECISA DA COLETA SELETIVA!!!!

O resultado da recente pesquisa "VOCÊ NO PARLAMENTO" mostrou, em 75,3% das respostas, a vontade dos cidadãos de ter a coleta seletiva ampliada na cidade! http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/arquivos/resultados-voce-no-parlamento.pdf

Não ter a Coleta Seletiva estruturada na cidade é uma ofensa ao cidadão.

Esses trabalhadores querem apenas TRABALHAR, e estruturar sua vidinha dignamente.

Especialmente - quantas horas nós empregamos e quantas solicitações foram feitas por nós, (perdemos a conta, foi desde 2005...) para ter a COLETA SELETIVA DA GRANJA JULIETA na região de Sto Amaro?
Isso sem falar dos próprios cooperados da CTGranja. Quantos foram resgatados e perdidos nesse processo...

A Subprefeitura com boa vontade e sem nenhum poder de decisão sobre a situação...Sempre assim... uma esperança, uma luz, alguns apoiadores no caminho, e, de repente, uma ducha de água fria....volta-se à estaca zero.

Hoje, apesar da publicação no DO de locação de imóvel para a Central de Triagem, (anexa) novamente, fomos informados que não deu certo. Os cooperados deverão permanecer na imundície, realizando o trabalho "triple bottom line" sobre a montanha de lixo misturado, depositado em grande parte pela coleta oficial da cidade, sem campanha, sem educação ambiental, sem esclarecimentos.

Isso porque desde que houve um estranho incêndio na Granja Julieta, em 2008, não se consegue um espaço adequado para que a cooperativa possa trabalhar. Depois da Política Estadual de Resíduos Sólidos, Lei 12.300/2006, regulamentada pelo Decreto nº 54.645/2009, depois da Resolução SMA n° 38/2011, depois da Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei 12.305/2010, regulamentada pelo Dec.7.404/2010, da proximidade da Rio +20, SERÁ QUE NÃO DÁ PRÁ RESOLVER URGENTEMENTE ESSE PROBLEMA????

Os cooperados no desânimo, na ansiedade, a comunidade no desânimo, no aguardo.

O Natal 2011 trará uma nova montanha de embalagens, pacotinhos, fitinhas, garrafas, latas das festas do fim de ano....

VÃO TODAS PARA O ATERRO, para os terrenos baldios, esquinas, bueiros e córregos.


Quem pode ajudar efetivamente?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Seminário Internacional de Coleta Seletiva Inclusiva

PREZADOS AMIGOS E COLEGAS,

image


O projeto Coleta Seletiva Brasil - Canadá está comemorando mais de seis anos
de dedicação contínua, com atividades para a capacitação de cooperativàs de
reciclagem e de políticas de gestão inclusiva de resíduos sólidos, a fim de
promover a recuperação de recursos naturais e a geração de trabalho e
renda. Participem nesse seminário de dois dias para conhecer os resultados
e celebrar.


Dia 14/12/2011
Local: Consórcio Intermunicipal Grande ABC
Endereço: Avenida Ramiro Colleoni, 05, Centro, Santo André
Horário: 09h00 – 17h00

Dia 15/12/2011
Local: Espaço Celso Daniel - Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Endereço: Rua João Lotto, sem número, Centro São Bernardo do Campo
Oficina: Pensando novas formas de trabalhar a coleta seletiva inclusiva em rede.
Horário: 09h00 - 17h00
Seminário Internacional de Coleta Seletiva Inclusiva

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Geógrafo e Sociólogo confirma o que os catadores já sabem: Incinerdores não ajudam em nada o nosso país

 

Fonte: Jornal O Vale de SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


Enquanto o governo do Estado e pelo menos três prefeituras do Vale do Paraíba defendem a instalação de usinas de recuperação energética a partir do lixo, com tecnologias que envolvem incineradores, o geógrafo e sociólogo Maurício Waldman afirma que o país não está preparado para a implantar essas tecnologias.
"O argumento que estaríamos imitando o Primeiro Mundo ao adotarmos incineradores com recuperação de energia é mal-intencionado ou, no mínimo, decorrente da desinformação", afirmou.
Autor do livro "Lixo: Cenários e Desafios", finalista no prêmio Jabuti deste ano, Waldman concedeu entrevista a O VALE
afirmando que as políticas públicas acerca do lixo estão equivocadas.
Na região, São José, Taubaté e São Sebastião estudam a implantação de usinas para controlar o lixo.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
O lixo é hoje um dos grandes gargalos dos municípios. A cada dia, o volume de detritos aumenta. Como devemos pensar o lixo para que sua produção seja controlada?
Uma gestão de excelência dos resíduos sólidos deve, primeiramente, encarar o fato de que os rejeitos não podem ser conceitualmente restringidos à condição de um "resultado final" dos processos de produção, circulação e consumo. Conceitualmente, supor que a logística de gerenciamento do lixo se inicia com o saquinho colocado na calçada é um equívoco grave.
O lixo integra um amplo e complexo modelo de relação com a natureza. Os resíduos, sendo o retrato da sociedade, além de não poderem ser restritos à condição de "aquilo que sobra", envolvem muitas outras declinações: sociais, culturais, econômicas, históricas, geográficas e políticas.
Como o Estado deve conduzir as políticas de controle do lixo?
A expansão da geração do lixo urbano não tem sido acompanhada da aplicação de políticas minimamente contemporâneas. A gestão dos resíduos é, como sempre foi, objeto de políticas imediatistas, muitas vezes devassadas pela corrupção. No geral, as estratégias adotadas são aquelas que menos exigem do aparato burocrático, que autoproclamou ser sua missão dedicar-se exclusivamente à simples desaparição do lixo, o que explica sua apaixonada defesa da incineração.
O lixo deve pressupor políticas que estejam voltadas para a mudança de atitudes. Uma cidade mais limpa não é aquela que mais se varre, mais sim a que menos se suja. Nessa perspectiva, uma pedra de toque seria, por exemplo, a educação ambiental.
Até que ponto o Estado deve assumir responsabilidades com o consumo consciente?
Cada brasileiro gera hoje em dia uma média de 3,5 quilos de lixo proveniente de equipamentos eletroeletrônicos por ano. É muito! O cidadão tem que ter consciência de que não faz sentido trocar de celular só porque a versão mais moderna tem uma luzinha que pisca durante a ligação.
Outro dia comprei uma caixa de chocolates que tinha seis camadas de embalagens. Para que tudo isso?
A simples recusa de produtos "blindados" com múltiplas embalagens pode reduzir em até 50% o lixo gerado nas cidades, favorecendo a qualidade do ar, economizando energia, preservando as águas e as propriedades do solo.
Claro que um consumo responsável não teria na roda apenas as expectativas do cidadão e da indústria, mas necessariamente as do Estado, a quem cabe formular políticas, aplicá-las e fiscalizá-las.
Para destinação final do lixo, quais são os modelos mais interessantes aos municípios?
É necessário apoiar com muito mais ênfase a recuperação dos materiais descartados. Além de poupar espaço nos aterros e impedir a geração de efluentes gasosos indesejáveis provenientes da queima do lixo, a reciclagem gera trabalho, renda e atenua os impactos ambientais.
Isso implica em políticas públicas de apoio ao trabalho dos catadores. Hoje, somente 1,9% de recuperação dos recicláveis é proveniente da coleta das prefeituras.
Os catadores, que respondem pelos outros 98%, deram conta em 2008 de 7,1 milhões de toneladas de resíduos secos, cerca de 13% do total urbano nacional.
Como o senhor avalia os incineradores de lixo? Eles são importantes para o desenvolvimento do país, considerando seu retorno em energia?
Não faço parte do time dos que diabolizam os incineradores. Contudo, não concordo com os termos como esse debate tem sido colocado. Considero falacioso defender a utilização da energia do lixo, assim como das usinas nucleares e hidrelétricas, quando vivemos no maior país solar do mundo. José Walter Bautista Vidal, considerado uma das melhores massas cinzentas da engenharia nacional, recorda que o Brasil recebe do Sol, por dia, energia equivalente a 320.000 hidrelétricas de Itaipu! Isso todo o santo dia! Porém, onde estão os projetos de energia solar? Onde?
O argumento que estaríamos imitando o Primeiro Mundo ao adotarmos incineradores com recuperação de energia é mal-intencionado ou, no mínimo, decorrente da desinformação. Alemanha, Bélgica, Suécia, Irlanda, Holanda e Estados Unidos certamente possuem incineradores. Mas, nesses países, os índices de reciclagem variam entre 31% e 48%. O Brasil ainda patina em míseros 13%! Além disso, os resíduos brasileiros são por sinal tipificados por uma enorme proporção de matéria orgânica, que comprometem a eficiência dos incineradores. Certo é que existe a possibilidade de separação nas usinas. Mas esse trabalho é comprometido pela própria miscelânea prévia do lixo nos caminhões compactadores. Para complicar, se nem o monitoramento usual de resíduos a administração pública brasileira consegue levar adiante, o que dizer então de equipamentos complexos e perigosos como os incineradores? São questionamentos que não querem calar!

Resíduos Sólidos: uma oportunidade de negócio

 

Divulgando Seminário:

Participatory Video Practitioners Toolkit / Guia do Video Participativo