sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

CORDEL: De São Paulo ao Canadá, O Catador do Brasil


São Paulo berço de todos
Do Sul até o Pará
É terra de tantos povos
Também é do Canadá

Nosso Estado é complicado
Por tanta diversidade
Vamos rever os conceitos
Pra falar de Reciclagem

É fato e bem verdade
Que contém grandes valores
O que chamamos de lixo,
É separar qualidade
Transformo em reciclagem
É sustentabilidade
E embalagens renováveis

A embalagem de renome
Também é desperdiçada
No afã de seu domínio
O homem destrói todinho
Comprometendo a terra
Com todo seu desalinho
Sem poder aproveitá-la

O homem com seu consumo
Fabricou em descompassado
O Catador com amor,
Deu um jeito com carinho
Renovou seu processar
Na sobra do reusar
Que ficou no seu caminho

O Projeto que criamos
Nos anos 2005
Denominado Projeto
Que veio pra inovar
Foi feito para mudar
Do ABC, Santo André
De São Paulo ao Canadá

Jutta aqui batalhando
Pra puder reformular
Tantos fatos do concreto
Que nem pude averiguar
Se veio pra transformar
Tudo o que aqui está
Brigou tanto por direito
Impedindo Incinerar

Mulher Guerreira
E de garra
Com talento e ambição
Construindo um mundo novo
Com muita satisfação
Porém seu forte está
Nos conceitos a revisar
Dizendo a todos nós
Que a energia Solar
É a única excelencia
Para o mundo melhorar

Jutta defende o justo
Pro planeta equilibrar
E se juntando a “nóis”
Botamos pra rebentar
São Bernardo que se cuide
Pois não vamos recuar
Com o incinerador
A coisa não vai prestar

Virgilio chegou agora
E veio para ajudar
Advogado porreta,
não pode se alterar
Contando histórias das coisas
Do consumo cidadão
Pro povo que ali está
Se não tomarmos cuidado
Vamos se desenfrear
Com certeza falta pouco
E apoio não vai falta

Começamos construindo
Formação pra quatrocentos
Caso não pudesse assim
Cairíamos pra duzentos
E se fosse aperreado
Pra nossa satisfação
Daríamos por encerrado

Quem nasceu pra reciclar
Em sua terra natal
Se apropria de um saber
Passando a dominar
A coisa foi tão bonita
Que só vendo pra falar

Estamos cá em mudança
Para poder explicar
Que esse tal de Projeto
Veio para arrematar
Os costumes de um povo
Que não sabe reciclar
Que precisa com urgência
Educação Ambiental
Pra poder se renovar

Nosso projeto tomou
Caminhos de arrastão
Ele foi se enveredando
Da Capital ao Sertão
Fomos crescendo em leitura
Se infiltrando na cultura
Do saber, querer, poder
Ao diploma de aprender

Eu fui para o Canadá
Na busca do entender
Vivendo a diferença
Da cultura e do Lazer
Conhecendo as pessoas
Falamos do preconceito
Da história e do Viver
Do saber e do crescer

O povo que lá está
Também pôde apreciar
Pois nós tomamos cuidado
De filmar e fotografar
De Fabio, Ruth e Cida
Com Elma, Vilma, Francisca
Ângela, Zilda e Zilá
Aprendemos a reciclar
E a nos comunicar

A Coordenação de Campo
Também pôde apreciar
Os caminhos que tomava
O Movimento Nacional
Buscando no crescimento
Se profissionalizar

O catador da cidade
Dos campos e do sertão
Estão muito satisfeitos
Com as “negociação”
Pois todos podem acessar
Por esse Brasil afora
Os recursos conquistados
Por todos da Nacional.

Todo o fortalecimento
Pudemos apreciar
Ver nascer e ver crescer
Os que por aqui passar
Desde Caxias do Sul,
São Leopoldo, Poá,
São Paulo terminou sendo
O berço pra acolher
O povo da Nacional

O Brasil esta fazendo
De tudo para falar
O que é Cooperativa
Que serviço vai prestar
Pois o Roberto e Matilde
É que vão representar
Na busca do pagamento
Por serviço ambiental

Já fomos para Brasília
Curitiba em Paraná
Belo horizonte em Minas
Também fomos a Londrina
Capacitar-nos por lá
Divulgando o trabalho
Do Brasil ao Canadá

Lá no Rio de Janeiro
“Nóis” foi louvar ao Senhor
De Gramacho a Caxias
Com todo seu esplendor
Nós conseguimos até
Ir ao Cristo Redentor

A Mônica foi pra Londres
Luzia pro Canadá
Eduardo foi pro México
Acre, Rondônia e por lá
Se encontrou com Tião
Que ia para o Japão
Matilde pra Argentina
Ensinar a reciclar

E só para melhorar
Mônica, Joana e Dorinha
Armando lá de Mauá
Luzia do Ceará
Eduardo e Roberto
Nídia, Lilian e Vanuza
Edna, Ana e Solange
Chegaram para ficar
E o Planeta reciclar

Iná que chegou agora
E também ficou eufórica
Uma grande companheira
Por esse Brasil afora
Nos fez contribuição
Pra festa de encerração

O Cláudio da Refazendo
Somente pra variar
Nunca pode apreciar
O projeto Canadá
A cada vez que chegava
Já estava pra acabar

No inicio do projeto
Tereza estava lá
Devido a falta de tempo
Não pode participar
Mas é nossa convidada
E veio comemorar

A Selma meio ansiosa
Não podendo esperar
Pra ser bem vista no grupo
Mostra como caminhar
Com todo carisma e sendo
Modelo pra rebentar
Dizendo até como pode
Viver Brasil Canadá

Rosinha com rebeldia
Sem querer participar
Se escondendo o tempo todo
Pra Tereza num enxergar
Toda sua timidez
Para integralizar

Guiomar com sua presteza
E toda dedicação
Sempre esteve presente
Em toda reunião

Margarete a bixinha
Não queria nos contar
Que morar no Alvarenga
Era risco pra danar
Até que Francisca veio
Dizendo que o Prefeito
Iria incinerar
E em São Bernardo do Campo
A coisa não vai prestar

Comprometida com escrita
Do cordel a terminar
Nanci pode junto a todos
Em tudo colaborar
Desde os versos compostos
Por "nóis" la em BH

Luciana e Dona Ivete
Não queriam opinar
Porque estavam no Evento
Onde podemos apreciar
Os anos de festival
De Minas a projetar
Para todo o Brasil
Unido ao Canadá
Como pode Reciclar

Da mesma forma também
A Claudia e Aidemar
Junto com nóis la em Minas
Começamos a pensar
Que ninguém criou projeto
Que pudesse competir
Com o Brasil - Canadá

O Budd enciumado
Veio lá do Canadá
Quase que não vai embora
Moradia quis firmar
O Brasil é cativante
Quem vem não quer mais voltar
Com tanto acontecimento
Queria aqui ficar

Clécio, Bruno e Crystal
Neil, Chana e Jeová
Todos foram envolvidos
Pra desburocratizar
Pelo Brasil-Canadá
Vindos de um mundo distante
Para “com nóis” se juntar

O Clécio com muito gosto
Veio aqui nos ensinar
Pois tudo que precisava
Ele pode avaliar
O “B E A B Á” da informática
Completou nosso falar
Com Bruno também na raça
Buscando classificar
As fotos que cá tiramos
Pra profissionalizar.

Canadá liberou tudo
Pro final com seu talento
Sustentou a coisa certa
Ajudou com grande amor
Com USP de lá pra cá
Desembestada a falar
Para o sistema Solar
O Planeta ficou besta
Pois USP não quis parar

Dizendo que a causa é justa
E não dá pra encerrar
Já está até pensando
Um modo a continuar
Esse projeto que envolve
Até Belém do Pará

Encerramos nossa parte
Construímos nossa ação
Participamos de tudo
Com grande satisfação
Agradecemos Governo,
Catador e Cidadão

Agora fica saudade
Da luta que encabeçamos
Com tanta desigualdade
E muita capacidade
Viemos para provar
Que o caminho é reciclar
Reciclar e reciclar

Não podemos encerrar
O brilho que pode dar
O catador do Brasil
Casado com Canadá.

O Cordel compartilhado
Que veio para ficar
A Cida organizou
Quase todo o beaba
Luzia cuidou da rima
Para ninguém se queixar
E garantindo que todos
Estão a participar.

Luzia Maria Honorato
Catadora Brasileira
...
Esta obra também contou com a participação
de vários/as colegas que são citados/as ao longo do texto.
...
Apoio: Projeto Coleta Seletiva Brasil - Canadá (PSWM)
Site: pswm.uvic.ca
...
Capa: Demócrito Nitão

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Projeto Coleta Seletiva Brasil-Canadá realiza seminário internacional

 

Segue abaixo a divulgação do Evento de Encerramento do Projeto Gestão Participativa e Sustentável de Resíduos Sólidos (PSWM), também conhecido como Coleta Seletiva Brasil-Canadá.

Data: 14 de dezembro de 2011, 08:30 às 17:00h

Local: Consórcio Intermunicipal Grande ABC

Inscrições pelo email: projetobrasilcanada@gmail.com

convite seminario_PSWM

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Pedido de Ajuda para Catadores da Granja Julieta

 

Fonte: Texto de Email enviado por Nina à lista de discussão “Agenda 21 Paulista”

Hoje os cooperados da Central de Triagem que atende a região, que ficava na Granja Julieta/Sto Amaro, estão trabalhando em condições desumanas, em outro endereço, próximo à Av.João Dias.

A rua é estreita, grande parte da triagem é ao relento, sem a menor estrutura, sem PEV, sem apoios. Foram prá lá provisoriamente.

ESSA SITUAÇÃO AFETA DIRETAMENTE TODA A COMUNIDADE DA REGIÃO, QUE QUER E PRECISA DA COLETA SELETIVA!!!!

O resultado da recente pesquisa "VOCÊ NO PARLAMENTO" mostrou, em 75,3% das respostas, a vontade dos cidadãos de ter a coleta seletiva ampliada na cidade! http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/arquivos/resultados-voce-no-parlamento.pdf

Não ter a Coleta Seletiva estruturada na cidade é uma ofensa ao cidadão.

Esses trabalhadores querem apenas TRABALHAR, e estruturar sua vidinha dignamente.

Especialmente - quantas horas nós empregamos e quantas solicitações foram feitas por nós, (perdemos a conta, foi desde 2005...) para ter a COLETA SELETIVA DA GRANJA JULIETA na região de Sto Amaro?
Isso sem falar dos próprios cooperados da CTGranja. Quantos foram resgatados e perdidos nesse processo...

A Subprefeitura com boa vontade e sem nenhum poder de decisão sobre a situação...Sempre assim... uma esperança, uma luz, alguns apoiadores no caminho, e, de repente, uma ducha de água fria....volta-se à estaca zero.

Hoje, apesar da publicação no DO de locação de imóvel para a Central de Triagem, (anexa) novamente, fomos informados que não deu certo. Os cooperados deverão permanecer na imundície, realizando o trabalho "triple bottom line" sobre a montanha de lixo misturado, depositado em grande parte pela coleta oficial da cidade, sem campanha, sem educação ambiental, sem esclarecimentos.

Isso porque desde que houve um estranho incêndio na Granja Julieta, em 2008, não se consegue um espaço adequado para que a cooperativa possa trabalhar. Depois da Política Estadual de Resíduos Sólidos, Lei 12.300/2006, regulamentada pelo Decreto nº 54.645/2009, depois da Resolução SMA n° 38/2011, depois da Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei 12.305/2010, regulamentada pelo Dec.7.404/2010, da proximidade da Rio +20, SERÁ QUE NÃO DÁ PRÁ RESOLVER URGENTEMENTE ESSE PROBLEMA????

Os cooperados no desânimo, na ansiedade, a comunidade no desânimo, no aguardo.

O Natal 2011 trará uma nova montanha de embalagens, pacotinhos, fitinhas, garrafas, latas das festas do fim de ano....

VÃO TODAS PARA O ATERRO, para os terrenos baldios, esquinas, bueiros e córregos.


Quem pode ajudar efetivamente?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Seminário Internacional de Coleta Seletiva Inclusiva

PREZADOS AMIGOS E COLEGAS,

image


O projeto Coleta Seletiva Brasil - Canadá está comemorando mais de seis anos
de dedicação contínua, com atividades para a capacitação de cooperativàs de
reciclagem e de políticas de gestão inclusiva de resíduos sólidos, a fim de
promover a recuperação de recursos naturais e a geração de trabalho e
renda. Participem nesse seminário de dois dias para conhecer os resultados
e celebrar.


Dia 14/12/2011
Local: Consórcio Intermunicipal Grande ABC
Endereço: Avenida Ramiro Colleoni, 05, Centro, Santo André
Horário: 09h00 – 17h00

Dia 15/12/2011
Local: Espaço Celso Daniel - Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Endereço: Rua João Lotto, sem número, Centro São Bernardo do Campo
Oficina: Pensando novas formas de trabalhar a coleta seletiva inclusiva em rede.
Horário: 09h00 - 17h00
Seminário Internacional de Coleta Seletiva Inclusiva

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Geógrafo e Sociólogo confirma o que os catadores já sabem: Incinerdores não ajudam em nada o nosso país

 

Fonte: Jornal O Vale de SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


Enquanto o governo do Estado e pelo menos três prefeituras do Vale do Paraíba defendem a instalação de usinas de recuperação energética a partir do lixo, com tecnologias que envolvem incineradores, o geógrafo e sociólogo Maurício Waldman afirma que o país não está preparado para a implantar essas tecnologias.
"O argumento que estaríamos imitando o Primeiro Mundo ao adotarmos incineradores com recuperação de energia é mal-intencionado ou, no mínimo, decorrente da desinformação", afirmou.
Autor do livro "Lixo: Cenários e Desafios", finalista no prêmio Jabuti deste ano, Waldman concedeu entrevista a O VALE
afirmando que as políticas públicas acerca do lixo estão equivocadas.
Na região, São José, Taubaté e São Sebastião estudam a implantação de usinas para controlar o lixo.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
O lixo é hoje um dos grandes gargalos dos municípios. A cada dia, o volume de detritos aumenta. Como devemos pensar o lixo para que sua produção seja controlada?
Uma gestão de excelência dos resíduos sólidos deve, primeiramente, encarar o fato de que os rejeitos não podem ser conceitualmente restringidos à condição de um "resultado final" dos processos de produção, circulação e consumo. Conceitualmente, supor que a logística de gerenciamento do lixo se inicia com o saquinho colocado na calçada é um equívoco grave.
O lixo integra um amplo e complexo modelo de relação com a natureza. Os resíduos, sendo o retrato da sociedade, além de não poderem ser restritos à condição de "aquilo que sobra", envolvem muitas outras declinações: sociais, culturais, econômicas, históricas, geográficas e políticas.
Como o Estado deve conduzir as políticas de controle do lixo?
A expansão da geração do lixo urbano não tem sido acompanhada da aplicação de políticas minimamente contemporâneas. A gestão dos resíduos é, como sempre foi, objeto de políticas imediatistas, muitas vezes devassadas pela corrupção. No geral, as estratégias adotadas são aquelas que menos exigem do aparato burocrático, que autoproclamou ser sua missão dedicar-se exclusivamente à simples desaparição do lixo, o que explica sua apaixonada defesa da incineração.
O lixo deve pressupor políticas que estejam voltadas para a mudança de atitudes. Uma cidade mais limpa não é aquela que mais se varre, mais sim a que menos se suja. Nessa perspectiva, uma pedra de toque seria, por exemplo, a educação ambiental.
Até que ponto o Estado deve assumir responsabilidades com o consumo consciente?
Cada brasileiro gera hoje em dia uma média de 3,5 quilos de lixo proveniente de equipamentos eletroeletrônicos por ano. É muito! O cidadão tem que ter consciência de que não faz sentido trocar de celular só porque a versão mais moderna tem uma luzinha que pisca durante a ligação.
Outro dia comprei uma caixa de chocolates que tinha seis camadas de embalagens. Para que tudo isso?
A simples recusa de produtos "blindados" com múltiplas embalagens pode reduzir em até 50% o lixo gerado nas cidades, favorecendo a qualidade do ar, economizando energia, preservando as águas e as propriedades do solo.
Claro que um consumo responsável não teria na roda apenas as expectativas do cidadão e da indústria, mas necessariamente as do Estado, a quem cabe formular políticas, aplicá-las e fiscalizá-las.
Para destinação final do lixo, quais são os modelos mais interessantes aos municípios?
É necessário apoiar com muito mais ênfase a recuperação dos materiais descartados. Além de poupar espaço nos aterros e impedir a geração de efluentes gasosos indesejáveis provenientes da queima do lixo, a reciclagem gera trabalho, renda e atenua os impactos ambientais.
Isso implica em políticas públicas de apoio ao trabalho dos catadores. Hoje, somente 1,9% de recuperação dos recicláveis é proveniente da coleta das prefeituras.
Os catadores, que respondem pelos outros 98%, deram conta em 2008 de 7,1 milhões de toneladas de resíduos secos, cerca de 13% do total urbano nacional.
Como o senhor avalia os incineradores de lixo? Eles são importantes para o desenvolvimento do país, considerando seu retorno em energia?
Não faço parte do time dos que diabolizam os incineradores. Contudo, não concordo com os termos como esse debate tem sido colocado. Considero falacioso defender a utilização da energia do lixo, assim como das usinas nucleares e hidrelétricas, quando vivemos no maior país solar do mundo. José Walter Bautista Vidal, considerado uma das melhores massas cinzentas da engenharia nacional, recorda que o Brasil recebe do Sol, por dia, energia equivalente a 320.000 hidrelétricas de Itaipu! Isso todo o santo dia! Porém, onde estão os projetos de energia solar? Onde?
O argumento que estaríamos imitando o Primeiro Mundo ao adotarmos incineradores com recuperação de energia é mal-intencionado ou, no mínimo, decorrente da desinformação. Alemanha, Bélgica, Suécia, Irlanda, Holanda e Estados Unidos certamente possuem incineradores. Mas, nesses países, os índices de reciclagem variam entre 31% e 48%. O Brasil ainda patina em míseros 13%! Além disso, os resíduos brasileiros são por sinal tipificados por uma enorme proporção de matéria orgânica, que comprometem a eficiência dos incineradores. Certo é que existe a possibilidade de separação nas usinas. Mas esse trabalho é comprometido pela própria miscelânea prévia do lixo nos caminhões compactadores. Para complicar, se nem o monitoramento usual de resíduos a administração pública brasileira consegue levar adiante, o que dizer então de equipamentos complexos e perigosos como os incineradores? São questionamentos que não querem calar!

Resíduos Sólidos: uma oportunidade de negócio

 

Divulgando Seminário:

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Catadores são lembrados com orgulho

 

Reproduzimos aqui um pequeno texto publicado num blog sobre um catador que é um “ouro humano” no Pam. Mais do que isso, o texto nos traz à memória outras histórias com catadores. Parabéns ao autor por lembrar com tanta clareza da importância dessa categoria de profissionais, os catadores.

Fonte: Tijolaço.com, o Blog do Brizola Neto

Não é lixo, não, é ouro humano

Hoje, um ex-catador de lixo, Solonei Rocha da Silva, ganhou a última das 48 medalhas de ouro no Pan de Guadalajara. Humildemente, disse que a vitória era de todos os catadores, trabalho que ele tinha orgulho de ter tido e do qual jamais se esqueceria.

Também hoje, no Zero Hora – infelizmente não achei o texto na internet – o jornalista Moisés Mendes compara, num artigo em Zero Hora, a atitude de um grupo de garis, ao verem três colegas serem atropelados (dois deles morreram) por uma pick-up Hilux, dirigida por um gerente de banco que voltava de uma “balada”, enquanto capinavam um canteiro da Marginal Pinheiros, em São Paulo, com a atitude do grupo que capturou, espancou e executou Muammar Khadaffi.

Os garis de São Paulo, não lincharam em espancaram o homem que acabara de matar seus colegas. É verdade que houve chutes na porta do carro- ele tinha tentado fugir – e uns safanões, prontamente reprimido por um dos próprios garis, que afastou os colegas mais exaltados.

Os episódios me fizeram lembrar das ofensas – certo que seguidas de um formal e rápido pedido de desculpas – dirigidas por Boris Casoy a dois garis que “do alto de suas vassouras”, como disse ele, se atreviam a desejar feliz ano novo aos telespectadores.

Como é bom ver que, apesar do bombardeio de violência e da deseducação que nossa elite brutaliza o nosso povo, sobrevivem nele valores humanos mais civilizados do que em muitos daqueles que se proclamam “modernos” e “civilizados”.

Mas esse sentimento resiste tanto, com tal força, que aqueles dois humildes garis, “do alto de suas vassouras”, Solonei Silva, do alto do pódio, e aqueles outros da Marginal Tietê, dão lições a muita gente. Ou deviam dar.

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