quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Projeto Coleta Seletiva Brasil-Canadá realiza seminário internacional

 

Segue abaixo a divulgação do Evento de Encerramento do Projeto Gestão Participativa e Sustentável de Resíduos Sólidos (PSWM), também conhecido como Coleta Seletiva Brasil-Canadá.

Data: 14 de dezembro de 2011, 08:30 às 17:00h

Local: Consórcio Intermunicipal Grande ABC

Inscrições pelo email: projetobrasilcanada@gmail.com

convite seminario_PSWM

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Pedido de Ajuda para Catadores da Granja Julieta

 

Fonte: Texto de Email enviado por Nina à lista de discussão “Agenda 21 Paulista”

Hoje os cooperados da Central de Triagem que atende a região, que ficava na Granja Julieta/Sto Amaro, estão trabalhando em condições desumanas, em outro endereço, próximo à Av.João Dias.

A rua é estreita, grande parte da triagem é ao relento, sem a menor estrutura, sem PEV, sem apoios. Foram prá lá provisoriamente.

ESSA SITUAÇÃO AFETA DIRETAMENTE TODA A COMUNIDADE DA REGIÃO, QUE QUER E PRECISA DA COLETA SELETIVA!!!!

O resultado da recente pesquisa "VOCÊ NO PARLAMENTO" mostrou, em 75,3% das respostas, a vontade dos cidadãos de ter a coleta seletiva ampliada na cidade! http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/arquivos/resultados-voce-no-parlamento.pdf

Não ter a Coleta Seletiva estruturada na cidade é uma ofensa ao cidadão.

Esses trabalhadores querem apenas TRABALHAR, e estruturar sua vidinha dignamente.

Especialmente - quantas horas nós empregamos e quantas solicitações foram feitas por nós, (perdemos a conta, foi desde 2005...) para ter a COLETA SELETIVA DA GRANJA JULIETA na região de Sto Amaro?
Isso sem falar dos próprios cooperados da CTGranja. Quantos foram resgatados e perdidos nesse processo...

A Subprefeitura com boa vontade e sem nenhum poder de decisão sobre a situação...Sempre assim... uma esperança, uma luz, alguns apoiadores no caminho, e, de repente, uma ducha de água fria....volta-se à estaca zero.

Hoje, apesar da publicação no DO de locação de imóvel para a Central de Triagem, (anexa) novamente, fomos informados que não deu certo. Os cooperados deverão permanecer na imundície, realizando o trabalho "triple bottom line" sobre a montanha de lixo misturado, depositado em grande parte pela coleta oficial da cidade, sem campanha, sem educação ambiental, sem esclarecimentos.

Isso porque desde que houve um estranho incêndio na Granja Julieta, em 2008, não se consegue um espaço adequado para que a cooperativa possa trabalhar. Depois da Política Estadual de Resíduos Sólidos, Lei 12.300/2006, regulamentada pelo Decreto nº 54.645/2009, depois da Resolução SMA n° 38/2011, depois da Política Nacional de Resíduos Sólidos - Lei 12.305/2010, regulamentada pelo Dec.7.404/2010, da proximidade da Rio +20, SERÁ QUE NÃO DÁ PRÁ RESOLVER URGENTEMENTE ESSE PROBLEMA????

Os cooperados no desânimo, na ansiedade, a comunidade no desânimo, no aguardo.

O Natal 2011 trará uma nova montanha de embalagens, pacotinhos, fitinhas, garrafas, latas das festas do fim de ano....

VÃO TODAS PARA O ATERRO, para os terrenos baldios, esquinas, bueiros e córregos.


Quem pode ajudar efetivamente?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Seminário Internacional de Coleta Seletiva Inclusiva

PREZADOS AMIGOS E COLEGAS,

image


O projeto Coleta Seletiva Brasil - Canadá está comemorando mais de seis anos
de dedicação contínua, com atividades para a capacitação de cooperativàs de
reciclagem e de políticas de gestão inclusiva de resíduos sólidos, a fim de
promover a recuperação de recursos naturais e a geração de trabalho e
renda. Participem nesse seminário de dois dias para conhecer os resultados
e celebrar.


Dia 14/12/2011
Local: Consórcio Intermunicipal Grande ABC
Endereço: Avenida Ramiro Colleoni, 05, Centro, Santo André
Horário: 09h00 – 17h00

Dia 15/12/2011
Local: Espaço Celso Daniel - Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Endereço: Rua João Lotto, sem número, Centro São Bernardo do Campo
Oficina: Pensando novas formas de trabalhar a coleta seletiva inclusiva em rede.
Horário: 09h00 - 17h00
Seminário Internacional de Coleta Seletiva Inclusiva

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Geógrafo e Sociólogo confirma o que os catadores já sabem: Incinerdores não ajudam em nada o nosso país

 

Fonte: Jornal O Vale de SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


Enquanto o governo do Estado e pelo menos três prefeituras do Vale do Paraíba defendem a instalação de usinas de recuperação energética a partir do lixo, com tecnologias que envolvem incineradores, o geógrafo e sociólogo Maurício Waldman afirma que o país não está preparado para a implantar essas tecnologias.
"O argumento que estaríamos imitando o Primeiro Mundo ao adotarmos incineradores com recuperação de energia é mal-intencionado ou, no mínimo, decorrente da desinformação", afirmou.
Autor do livro "Lixo: Cenários e Desafios", finalista no prêmio Jabuti deste ano, Waldman concedeu entrevista a O VALE
afirmando que as políticas públicas acerca do lixo estão equivocadas.
Na região, São José, Taubaté e São Sebastião estudam a implantação de usinas para controlar o lixo.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
O lixo é hoje um dos grandes gargalos dos municípios. A cada dia, o volume de detritos aumenta. Como devemos pensar o lixo para que sua produção seja controlada?
Uma gestão de excelência dos resíduos sólidos deve, primeiramente, encarar o fato de que os rejeitos não podem ser conceitualmente restringidos à condição de um "resultado final" dos processos de produção, circulação e consumo. Conceitualmente, supor que a logística de gerenciamento do lixo se inicia com o saquinho colocado na calçada é um equívoco grave.
O lixo integra um amplo e complexo modelo de relação com a natureza. Os resíduos, sendo o retrato da sociedade, além de não poderem ser restritos à condição de "aquilo que sobra", envolvem muitas outras declinações: sociais, culturais, econômicas, históricas, geográficas e políticas.
Como o Estado deve conduzir as políticas de controle do lixo?
A expansão da geração do lixo urbano não tem sido acompanhada da aplicação de políticas minimamente contemporâneas. A gestão dos resíduos é, como sempre foi, objeto de políticas imediatistas, muitas vezes devassadas pela corrupção. No geral, as estratégias adotadas são aquelas que menos exigem do aparato burocrático, que autoproclamou ser sua missão dedicar-se exclusivamente à simples desaparição do lixo, o que explica sua apaixonada defesa da incineração.
O lixo deve pressupor políticas que estejam voltadas para a mudança de atitudes. Uma cidade mais limpa não é aquela que mais se varre, mais sim a que menos se suja. Nessa perspectiva, uma pedra de toque seria, por exemplo, a educação ambiental.
Até que ponto o Estado deve assumir responsabilidades com o consumo consciente?
Cada brasileiro gera hoje em dia uma média de 3,5 quilos de lixo proveniente de equipamentos eletroeletrônicos por ano. É muito! O cidadão tem que ter consciência de que não faz sentido trocar de celular só porque a versão mais moderna tem uma luzinha que pisca durante a ligação.
Outro dia comprei uma caixa de chocolates que tinha seis camadas de embalagens. Para que tudo isso?
A simples recusa de produtos "blindados" com múltiplas embalagens pode reduzir em até 50% o lixo gerado nas cidades, favorecendo a qualidade do ar, economizando energia, preservando as águas e as propriedades do solo.
Claro que um consumo responsável não teria na roda apenas as expectativas do cidadão e da indústria, mas necessariamente as do Estado, a quem cabe formular políticas, aplicá-las e fiscalizá-las.
Para destinação final do lixo, quais são os modelos mais interessantes aos municípios?
É necessário apoiar com muito mais ênfase a recuperação dos materiais descartados. Além de poupar espaço nos aterros e impedir a geração de efluentes gasosos indesejáveis provenientes da queima do lixo, a reciclagem gera trabalho, renda e atenua os impactos ambientais.
Isso implica em políticas públicas de apoio ao trabalho dos catadores. Hoje, somente 1,9% de recuperação dos recicláveis é proveniente da coleta das prefeituras.
Os catadores, que respondem pelos outros 98%, deram conta em 2008 de 7,1 milhões de toneladas de resíduos secos, cerca de 13% do total urbano nacional.
Como o senhor avalia os incineradores de lixo? Eles são importantes para o desenvolvimento do país, considerando seu retorno em energia?
Não faço parte do time dos que diabolizam os incineradores. Contudo, não concordo com os termos como esse debate tem sido colocado. Considero falacioso defender a utilização da energia do lixo, assim como das usinas nucleares e hidrelétricas, quando vivemos no maior país solar do mundo. José Walter Bautista Vidal, considerado uma das melhores massas cinzentas da engenharia nacional, recorda que o Brasil recebe do Sol, por dia, energia equivalente a 320.000 hidrelétricas de Itaipu! Isso todo o santo dia! Porém, onde estão os projetos de energia solar? Onde?
O argumento que estaríamos imitando o Primeiro Mundo ao adotarmos incineradores com recuperação de energia é mal-intencionado ou, no mínimo, decorrente da desinformação. Alemanha, Bélgica, Suécia, Irlanda, Holanda e Estados Unidos certamente possuem incineradores. Mas, nesses países, os índices de reciclagem variam entre 31% e 48%. O Brasil ainda patina em míseros 13%! Além disso, os resíduos brasileiros são por sinal tipificados por uma enorme proporção de matéria orgânica, que comprometem a eficiência dos incineradores. Certo é que existe a possibilidade de separação nas usinas. Mas esse trabalho é comprometido pela própria miscelânea prévia do lixo nos caminhões compactadores. Para complicar, se nem o monitoramento usual de resíduos a administração pública brasileira consegue levar adiante, o que dizer então de equipamentos complexos e perigosos como os incineradores? São questionamentos que não querem calar!

Resíduos Sólidos: uma oportunidade de negócio

 

Divulgando Seminário:

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Catadores são lembrados com orgulho

 

Reproduzimos aqui um pequeno texto publicado num blog sobre um catador que é um “ouro humano” no Pam. Mais do que isso, o texto nos traz à memória outras histórias com catadores. Parabéns ao autor por lembrar com tanta clareza da importância dessa categoria de profissionais, os catadores.

Fonte: Tijolaço.com, o Blog do Brizola Neto

Não é lixo, não, é ouro humano

Hoje, um ex-catador de lixo, Solonei Rocha da Silva, ganhou a última das 48 medalhas de ouro no Pan de Guadalajara. Humildemente, disse que a vitória era de todos os catadores, trabalho que ele tinha orgulho de ter tido e do qual jamais se esqueceria.

Também hoje, no Zero Hora – infelizmente não achei o texto na internet – o jornalista Moisés Mendes compara, num artigo em Zero Hora, a atitude de um grupo de garis, ao verem três colegas serem atropelados (dois deles morreram) por uma pick-up Hilux, dirigida por um gerente de banco que voltava de uma “balada”, enquanto capinavam um canteiro da Marginal Pinheiros, em São Paulo, com a atitude do grupo que capturou, espancou e executou Muammar Khadaffi.

Os garis de São Paulo, não lincharam em espancaram o homem que acabara de matar seus colegas. É verdade que houve chutes na porta do carro- ele tinha tentado fugir – e uns safanões, prontamente reprimido por um dos próprios garis, que afastou os colegas mais exaltados.

Os episódios me fizeram lembrar das ofensas – certo que seguidas de um formal e rápido pedido de desculpas – dirigidas por Boris Casoy a dois garis que “do alto de suas vassouras”, como disse ele, se atreviam a desejar feliz ano novo aos telespectadores.

Como é bom ver que, apesar do bombardeio de violência e da deseducação que nossa elite brutaliza o nosso povo, sobrevivem nele valores humanos mais civilizados do que em muitos daqueles que se proclamam “modernos” e “civilizados”.

Mas esse sentimento resiste tanto, com tal força, que aqueles dois humildes garis, “do alto de suas vassouras”, Solonei Silva, do alto do pódio, e aqueles outros da Marginal Tietê, dão lições a muita gente. Ou deviam dar.

domingo, 2 de outubro de 2011

Concurso infantil sobre o lixo: informação, conscientização e alegria para a criançada

 

A educação das crianças sobre assuntos sociais e ambientais pode ocorrer de forma lúdica e prazerosa. Você que é aducador, não perca essa oportunidade de trabalhar o tema com seus alunos!

cONCURSO

domingo, 25 de setembro de 2011

Quando o lixo reciclável não é reutilizado dá nisso:

Estudo acha plástico em mar do polo Norte

Amostras, coletadas por pesquisadora britânica, revelam resquícios de material pela primeira vez na região

Lixo, que deve vir por correntes de regiões habitadas, pode ser engolido por animais marinhos e até matá-los

Scientist Clare Miller collecting data on the amount of plastics in the Arctic ocean, on the Arctic Sunrise. Credit: Greenpeace / Nick Cobbing

CLAUDIO ANGELO
ENVIADO ESPECIAL A SVALBARD

A grua do navio levanta e despeja no convés uma rede em formato de cone. A oceanógrafa inglesa Clare Miller, porém, sabe o que procura ali -e não são peixes. Ela logo esvazia a ponta da rede dentro de um balde, revelando algas, plâncton e… plástico.
Em apenas uma hora dentro d’água, a rede de Miller coletou pedaços minúsculos de plástico e nylon numa das regiões mais remotas do oceano: o mar de Barents, a noroeste do arquipélago de Svalbard, Noruega, a menos de 1.300 km do polo Norte.
A coleta, feita a bordo do navio Arctic Sunrise, do Greenpeace, comprova pela primeira vez algo de que já se desconfiava: o Ártico também está contaminado por lixo.
A descoberta é preliminar: foram apenas quatro amostras coletadas, que ainda serão analisadas num laboratório em Exeter, Reino Unido.
Mas a mera existência de plástico nas águas supostamente límpidas do Ártico é motivo de preocupação.
“Ninguém sabia o que encontraríamos. O local onde lançamos a rede é uma região selvagem, sem nenhum assentamento humano por perto”, disse Miller, mestranda em oceanografia na Universidade de Southampton.
O lixo é difícil de ver a olho nu. Ele é composto, em sua maior parte, de pedacinhos de plástico bastante degradados pelo Sol, que ficam em suspensão na água.
Os restos são tão pequenos que precisam ser capturados com uma rede especial, feita para coletar plâncton (animais e algas microscópicas).
Segundo Miller, o tamanho dos pedaços de lixo e a ausência de outros indicadores de poluição, como bolas de piche, sugerem que o plástico é “importado”, chegando ao mar de Barents trazido por correntes marinhas como a do Golfo, que sai do Atlântico tropical e banha a Europa.
“Não me surpreenderia se encontrássemos no Ártico condições tão ruins quanto em outras partes, por causa das correntes”, afirma Frida Bergtsson, do Greenpeace.

LIXO GENERALIZADO
O lixo marinho invisível é um problema global . A ONG mantém uma base de dados de plástico coletado por seus navios em dez outras regiões do planeta. Todas revelam alguma contaminação.
De longe a pior situação é a do norte do Pacífico, que abriga a famosa “grande mancha de lixo”.
É uma zona que pode chegar a 15 milhões de km2 (quase o dobro do território do Brasil) na qual a água concentra uma grande quantidade de plástico trazido da Ásia e da América do Norte, mantida ali por correntes em giro.
No mar, o lixo é engolido por animais marinhos e entra na cadeia alimentar – quando não os mata.

RESTO DE REDES
A presença de restos de redes de pesca de nylon nas amostras coletadas por Miller também é típica da contaminação por plástico.
Segundo Bengtsson, o problema é tão disseminado que o governo norueguês freta periodicamente barcos de pesca para buscar equipamento descartado no mar.
Em 2008, um mapeamento publicado na revista “Science” por cientistas americanos mostrou que 100% dos oceanos sofrem algum tipo de impacto humano. Uma das zonas mais degradadas é justamente o mar do Norte, vizinho de baixo do Ártico.

O jornalista CLAUDIO ANGELO viajou ao arquipélago de Svalbard a convite do governo da Noruega e do Greenpeace

Fonte|: Folha de S.Paulo

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Dia de Ação Global contra a Incineração do Lixo

 

Mais uma ação global de combate à implantação de incineradores. Aqui em São Paulo, o Dia de Ação Global contra a Incineração do Lixo contará com seminário, debate e divulgação de pesquisas sobre o assunto. Não deixe de participar!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Lançada primeira versão do Plano Nacional de Resíduos Sólidos

 

Fonte: MMA

Plano de resíduos sólidos receberá contribuições da sociedade

Maiesse Gramacho/MMA

Foto Plano de resíduos sólidos receberá contribuições da sociedade
Versão preliminar do documento, lançada pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,
nesta quinta-feira, entrará em consulta pública a partir de segunda-feira pela internet.

Aída Carla de Araújo

Nesta quinta-feira (1º/9) foi dado mais um passo para cumprir o que prevê o Decreto 7.404, de 2010, que trata da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A consulta pública à primeira versão do Plano Nacional de Resíduos Sólidos foi lançada pela ministra Izabella Teixeira, durante reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente, realizada no auditório do Ibama, em Brasília.

O documento preliminar estará disponível no site do Ministério do Meio Ambiente (www.mma.gov.br) a partir de segunda-feira (05/09), pelo prazo mínimo de 60 dias, contados da data da sua divulgação. Serão realizadas audiências públicas nas cinco regiões brasileiras e em Brasília para debater as diretrizes e metas do Plano. A primeira será este mês em Mato Grosso do Sul, reunindo a região Centro-Oeste.

O objetivo é ampliar a participação da discussão sobre o Plano, mobilizando a sociedade e envolvendo setores específicos em todo o território nacional. O Plano apresenta conceitos e propostas que refletem a interface entre diversos setores da economia compatibilizando crescimento econÃ?mico com desenvolvimento sustentável. O diagnóstico foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa EconÃ?mica Aplicada (Ipea) e "cumpriu seu papel de oferecer elementos de avaliação, de construção e de monitoramento das políticas públicas brasileiras", enfatizou o presidente da instituição, Márcio Pochmann, que participou do evento no Conama.

Para o secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (MMA), Nabil Bonduki, a determinação da lei ambiental de erradicar os lixões em todo o país até 2014 é um desafio. "Mas, olhando o diagnóstico realizado pelo Ipea, podemos ficar mais otimistas", destacou. Segundo ele, entre 2000 e 2008 o Brasil conseguiu melhorar de 38% para 58% o descarte adequado de resíduos sólidos em aterros sanitários. "Isso sem que houvesse uma Política Nacional de Resíduos Sólidos. Esperamos avançar um pouco mais com a nova lei ambiental", afirmou.

Provocar não só uma mudança nos padrões de consumo, mas na maneira como as pessoas se relacionam com os resíduos sólidos, além de promover a inclusão social foram os pontos destacados pela ministra Izabella Teixeira. "Com esse investimento maciço em reciclagem promovemos ainda a inclusão social dos catadores, com a formação e a construção de cooperativas, qualificando profissionalmente essas pessoas. Eles são os verdadeiros agentes ambientais no dia-a-dia das grandes cidades brasileiras. São eles que recolhem o lixo junto com os serviços de limpeza urbana", destacou.

Izabella Teixeira acredita que "investir em reciclagem é gerar riqueza, economia, negócios verdes, negócios sustentáveis, fazer a inclusão social, dar cidadania para essas pessoas e trabalhar uma visão mais inovadora de coordenação de gestão pública com a União, que é a grande coordenadora desse processo dos resíduos sólidos nos estados e municípios onde as soluções devem ser buscadas, com as suas especificidades regionais, estaduais e locais. É um grande desafio que a sociedade brasileira terá que lidar nos próximos anos", finalizou.

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos terá a vigência por prazo indeterminado e horizonte de 20 anos, com atualização a cada quatro anos.

domingo, 14 de agosto de 2011

Incinerar é queimar dinheiro

 

Coordenadora do Projeto Brasil Canadá dá entrevista sobre incineração ao jornal Folha Universal. A conclusão da jornalista está mais do que certa: incinerar é o mesmo que queimar dinheiro, já que o lixo é uma fonte de recursos para indústria e fonte de renda para milhares de trabalhores.

Veja abaixo a matéria na íntegra.

Fonte: http://www.folhauniversal.com.br/brasil/noticias/queimando_dinheiro-6835.html

Queimando dinheiro

Em vez de investir em reciclagem, cidades optam por usinas de incineração. Lixo que poderia ser reaproveitado vira fumaça

Gisele Brito

gisele.brito@folhauniversal.com.br

Depois de 19 anos de tramitação no Congresso Nacional, a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada no ano passado com festa pelos ambientalistas. No entanto, uma modificação de última hora permitiu a adoção da incineração do lixo como uma alternativa que passou a ser considerada de forma corriqueira por diversas cidades em todo o Brasil. Em vez de investir em programas de coleta seletiva, muitas prefeituras têm projetos para construir usinas de incineração, apresentadas como solução “verde”. Especialistas, porém, afirmam que o custo para se implantar uma usina é maior aos ganhos econômicos, sociais e ambientais da reciclagem. “Retirar a matéria-prima do meio ambiente é mais caro do que reaproveitá-la”, afirma Jutta Gutberlet, professora e coordenadora do projeto de coleta seletiva Brasil-Canadá.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a reciclagem de apenas 2,4% de todo o lixo produzido no Brasil por ano representa economia de recursos de R$ 1,3 bilhão a R$ 3 bilhões. Tal valor poderia ser de R$ 8 bilhões se todos os resíduos sólidos urbanos como plásticos fossem reciclados.

Um exemplo dos problemas decorrentes da adoção da incineração é o que acontece em Unaí, em Minas Gerais. Na cidade, uma pequena usina transforma o lixo queimado em tijolos de carvão usados em siderúrgicas. Segundo o Movimento Nacional de Catadores de Recicláveis (MNCR), a unidade tem inviabilizado a reciclagem, já que até os catadores vendem o material para alimentar o fogo.

Em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, a Prefeitura pretende montar uma usina com capacidade para queimar 650 toneladas por dia de lixo. O investimento, dizem as autoridades, virá acompanhado de programas para aumentar a reciclagem de 1% de tudo que é descartado para 10% em 2017. Mesmo assim, o projeto gera desconfiança. “Eles vão queimar os postos de trabalho que a reciclagem cria”, argumenta Maria Mônica da Silva, de 38 anos, catadora e membro da articulação estadual do MNCR. Ela lembra que, para atingir temperaturas elevadas, é preciso que o material queimado seja rico em papel e plástico, dois materiais recicláveis. A incineração antecipa o fim da vida útil de produtos e não evita que novas matérias-primas sejam retiradas do meio ambiente. “É um problema muito complexo que envolve saúde, meio ambiente e economia”, destaca.

A administração municipal afirma que o modelo é seguro e não polui, e menciona a prática da queima do lixo em países como Dinamarca e França para garantir sua eficiência. O processo realmente é bastante difundido na Europa. No entanto, desde 2000, comissões da União Europeia tem desmotivado tal alternativa, em função da poluição que a fumaça da queima dos resíduos emite no ar, mesmo com rigoroso tratamento a que ela é submetida. “É um método muito usado, mas também muito questionado pela sociedade”, afirma a professora Jutta. “Algumas substâncias, principalmente as dioxinas e os furanos são dificílimas e caras de serem contidas dentro das chaminés. E já se sabe que elas têm alto potencial cancerígeno”, completa.

No Brasil, cerca de 60% do lixo é matéria orgânica, como restos de comida, resíduos que não produzem calor suficiente. O restante pode ser reciclado, com exceção de uma pequena parcela inaproveitável. “Nós lutamos para que se amplie a reciclagem e se diminua a produção e o consumo de materiais que não podem ser reaproveitados, porque eles são danosos ao planeta”, explica Jutta.

Para ela, além de não resolver os problemas relacionados ao lixo, a incineração cria outros. “Ainda será necessário dar destino para as cinzas tóxicas que representam 25% do que é queimado e cria um problema social sério porque prejudica os catadores e as empresas de reciclagem”, afirma.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Primeiro Plano Municipal de resíduos é lançado em Guarulhos

Catadores participaram ativamente da elaboração e estão contemplados.

Primeiro Plano Municipal de resíduos é lançado em Guarulhos

Prefeito de Guarulhos e Secretária de Serviços entregam o Plano à Roberto Laureano

Foi lançado no dia 02 de Agosto o Plano Diretor de Resíduos Sólidos do município de Guarulhos, na Grande São Paulo, em uma cerimônia de reuniu cerca de 300 pessoas no auditório municipal. O Plano de Resíduos de Guarulhos é o primeiro a ser lançado no Brasil e contou com a participação massiva da sociedade civil em diversas oficinas e grupos de trabalho. O resultado foi à publicação de um documento de cerca de 300 páginas que planeja todo o sistema de gerenciamento de resíduos da cidade e que inclui os catadores de materiais recicláveis na gestão pública de manejo dos resíduos.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei 12.305/2010, que completou 1 ano de existência no dia 02 de agosto e prevê que todos o municípios brasileiros ou consórcios intermunicipais devem desenvolver seus Planos Municipais de Resíduos Sólidos e planejar adequadamente o tratamento dos resíduos sólidos sob pena de responder por crime ambiental.

DSC_2292.JPGO MNCR participou ativamente da construção do Plano de resíduos e Guarulhos e esteve presente na cerimônia de lançamento. “Construímos conjuntamente com os catadores da Cooper Recicláveis que sempre esteve presente nas discussões. Esperamos que as metas desse plano sejam cumpridas e que os catadores, que têm participação prioritária, sejam realmente incluídos nesse processo”, declarou Roberto Laureano, representante do MNCR, que parabenizou o município pelo lançamento do Plano. “Estamos muito felizes, pois enquanto algumas cidades estão pensando em queimar o lixo ao invés de reciclar, Guarulhos dá o exemplo lançando esse Plano”, completou.

O lançamento teve a presença de vereadores e autoridades de Guarulhos e de Municípios de região, assim como o presidente do Consórcio de Municípios da região. O representante do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bauduki, fez palestra sobre aspectos da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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FONTE: http://www.mncr.org.br/box_2/blogsudeste/primeiro-plano-municipal-de-residuos-e-lancado-em-guarulhos/

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Catadores protestam no ABC: INCINERAÇÃO NÃO

 

Contra Incineração

A Agência Brasil divulgou matéria sobre movimento organizado por catadores de material reciclável realizado em São Bernardo do Campo contra incineração. Representantes das cooperativas que fazem parte do Projeto Brasil Canadá participaram do protesto. Veja reportagem abaixo e entenda essa luta.

 

Catadores de material reciclável protestam contra incinerador em São Bernardo do Campo

21/07/2011 - 17h09

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Integrantes do Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, fizeram hoje (21) uma manifestação na Praça da Matriz da cidade e protocolaram uma ação no fórum municipal por causa da intenção da prefeitura de instalar um incinerador de lixo no município. De acordo com representantes dos manifestantes, na cidade há duas cooperativas que empregam 85 pessoas que se beneficiam da coleta seletiva.

Segundo uma das catadoras e membro da equipe de articulação do movimento em São Bernardo do Campo, Maria Mônica da Silva, o incinerador vai causar problemas de poluição para o ambiente da região. “Nós somos contra isso porque agride o meio ambiente. Queimando os resíduos terão que extrair novos recursos naturais para produzir mais matéria-prima. Se não cuidarmos do planeta agora não sabemos como vai ficar daqui a anos”.

Além do impacto ambiental, Mônica da Silva também destacou os prejuízos sociais com a medida, principalmente com o futuro dos catadores, que com o incinerador não terão como coletar e vender o material reciclável. “Os catadores já fazem parte da sociedade. Com o incinerador serão eliminados postos de trabalho que a reciclagem gera. Nós geramos e movemos a economia local. Colocamos essa pessoas de volta à sociedade. Se tem queima de resíduos, diminui bastante a quantidade de trabalhadores”.

Fonte: Agência Brasil http://is.gd/dCJnqR

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Fumaça de incineradores de lixo também provoca doenças

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Acaba de ser divulgada uma pesquisa alertando sobre os perigos da exposição à fumaça do Polo Petroquímico de Capuava, localizado na região do ABC. De acordo com a notícia veiculada no Diário do Grande ABC, são muitos os males provocados, entre eles a Tireoidite de Hashimoto, uma disfunção na glândula tireóide.

Agora façamos uma analogia com o que pode acontecer se os municípios adotarem a incineração para resolver a questão dos resíduos sólidos. Qual será o nível de poluição emitida se pensarmos apenas nas regiões metropolitanas distribuídas por todo Brasil?

Abaixo segue a matéria na íntegra que aponta os problemas causados pela fumaça do Polo Petroquímico.

Doenças atingem os vizinhos do polo

Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
As famílias vizinhas do Polo Petroquímico de Capuava estão sendo contaminadas. Elas sofrem e adoecem lentamente. Os efeitos da poluição emitida há mais de 50 anos deixam um rastro desumano em quase todas as casas dos bairros Capuava, em Santo André, Silvia Maria e Sônia Maria, em Mauá, e São Rafael, na Capital.

As enfermidades mais comuns são a tireoidite de Hashimoto, uma disfunção na glândula tireóide. A doença traz diversos sintomas para o resto da vida - mesmo com medicação diária (sem acompanhamento, a pessoa morre) -, como depressão, cansaço, queda de cabelo e alteração de peso, além de doenças respiratórias. O caso é grave, mas as empresas do polo não colaboram com o Ministério Público e, principalmente, com a população.

O alarme soou em junho de 2002. Quem fez o alerta foi a professora e endocrinologista Maria Angela Zaccarelli Marino, da Faculdade de Medicina do ABC. O veredicto saiu após levantamento realizado durante 12 anos de pesquisas.

Nesse tempo, a médica constatou alto índice de pessoas que desenvolveram tireoidite crônica, mais conhecida como mal de Hashimoto. Os vizinhos do polo sofriam cinco vezes mais de problemas na glândula da tireóide do que outra região pesquisada.

O Diário teve acesso a documentos do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria do Estado de Saúde e artigos publicados em revistas internacionais que indicam a probabilidade de o alto número de doentes estar ligado à poluição das empresas do polo.

Em 2008, o CVE enviou estudo com 1.533 pessoas, sendo 781 no polo e 752 em Diadema (área de controle), para o promotor público do Meio Ambiente de Santo André, José Luiz Saikali. O resultado confirmou a tese da endocrinologista (veja arte acima).

O promotor solicitou exames mais elaborados ao Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, com moradores e do ar da região. "A associação do polo queria colaborar, mas depois desistiu", disse ele.

No meio dessa confusão estão mais de 65 mil pessoas. Os primeiros resultados para descobrir as causas do aumento significativo das moléstias vão sair com dez anos de atraso.

"Até setembro, vamos ter as primeiras análises. Esse vai ser um passo importante", disse Paulo Saldiva, coordenador do laboratório da USP. A Associação das Empresas do Polo Petroquímico informou que não haveria tempo necessário para responder à reportagem.

ORIGEM DOS PROBLEMAS PODE ESTAR NA FUMAÇA DAS EMPRESAS

O clima é diferente. O horizonte é cinza. Os olhos ardem. A pele coça. O nariz escorre. As pessoas ficam ou estão doentes. Assim é a vida de grande parte dos moradores e trabalhadores dos arredores do Polo Petroquímico de Capuava, nas cidades de Mauá, Santo André e Capital.

A origem de todo esse transtorno pode estar ligada à fumaça que sai continuamente das chaminés das 14 empresas do polo, ao longo das últimas décadas.

A equipe do Diário constatou que a coisa mais comum ao andar pelas ruas dos bairros Capuava, em Santo André, Silvia Maria e Sônia Maria, em Mauá, e São Rafael, na Capital, é encontrar pessoas que sofrem do mal de Hashimoto e de doenças respiratórias, como rinite, sinusite ou bronquite. Todos acusam sistematicamente o Polo Petroquímico como agente transmissor.

Além da sensação de incômodo, a situação piora quando as petroquímicas "soltam aquela coisa". É assim que os moradores definem a liberação e queima de gases pelo flair (tipo de uma chaminé), mais as explosões, que assustam os idosos e as crianças nas madrugadas.

Alguns moradores, cansados de sofrer com os graves sintomas do mal de Hashimoto, como a desempregada Marlei Florência, 42 anos, venderam a casa por preço menor e foram embora. "Não tinha forças nem para levantar da cama. Essa foi a minha saída, mas perdi muito dinheiro e minha saúde", disse Marlei, que morou por mais de 40 anos no Sônia Maria.

Para Maria Angela Zaccarelli, professora e endocrinologista da Faculdade de Medicina do ABC, o perigo, além dos sintomas do mal de Hashimoto, é a associação com outras enfermidades, como esclerose múltipla, infertilidade precoce, lúpus e vitiligo.

"Por isso que é preciso saber o que sai das chaminés dessas empresas. Não podemos esperar mais, é preciso fazer alguma coisa já", comentou a especialista.

TEMPO DE EXPOSIÇÃO
O período para desenvolver a tireoidite ou doenças respiratórias varia de dois a quatro anos, segundo os casos diagnosticados pela pesquisadora.

A equipe do Diário encontrou quatro funcionários de uma empresa do polo que desenvolveram o mal de Hashimoto após dois anos de trabalho. "Não podemos falar nada. Se isso acontecer somos demitidos no outro dia", disse uma recepcionista.

DIA COMEÇA COM UM COMPRIMIDO

"Eu sou parte do Polo Petroquímico", diz a dona de casa Ivete Nardim Ceconello, 57 anos. Há 30 anos, a primeira coisa que faz ao acordar é ingerir um comprimido para o mal de Hashimoto. Ela sofre no corpo os efeitos do problema na glândula da tireóide por ser vizinha do complexo de empresas petroquímicas.

Com 21 anos, recém-casada, mudou para o bairro Capuava, em Santo André. "Não tinha nenhum problema de saúde, mas depois de alguns anos comecei a engordar. Aí fui fazer os exames e o resultado veio", lembra. Foi constatada uma queda nos hormônios da tireóide, e o médico pediu para realizar uma bateria de exames complementares. "Não deu outra, a minha tireóide estava tão grande que o técnico pensou que a máquina estava quebrada", comenta.

Desde então, a dor nas pernas e o ganho de peso foram compreendidos. A causa para desenvolver a doença, ela aponta sem hesitar. "Não tem dúvida. Nós respiramos esse ar com fuligem o dia inteiro."

Ao andar pelos arredores é fácil compreender os efeitos da fuligem. Os portões e paredes brancas ficam encardidos. "As minhas pacientes brincam que os cachorros delas amanhecem brancos e depois ficam pretos", diz a médica Maria Angela Zaccarelli Marino.

‘ESSA DOENÇA TORTURA AOS POUCOS'

Dor nas pernas, cansaço, boca seca, sono, moleza, queda de cabelos e outras diversas sensações desagradáveis. É assim que vários moradores da região do Polo Petroquímico se definem após a equipe do Diário fazer a simples pergunta de como é o seu dia a dia.

Não é diferente com a comerciante Elaine Aparecida Martins Nonato, 42 anos, quando não toma o seu comprimido, ainda em jejum, para o mal de Hashimoto.

"Impressionante como essa doença tortura aos poucos. Como sou muita esquecida, fico até dois dias sem tomar, aí a coisa fica feia", comenta.

A comerciante reside no bairro Sônia Maria, em Mauá, e cresceu na rua Antonio Calheiros, que tem as empresas do polo literalmente na frente da casa de sua mãe. "Além daquele pó preto que impregna em tudo, tem o forte cheiro de gás", aponta a moradora.

O surgimento do mal de Hashimoto ocorreu aos 28 anos, meses após dar à luz a sua filha. "Engordei muito e tinha dores nas pernas, cansaço, e não deu outra no exame. Comecei tomando 40 miligramas do remédio por dia, e hoje já estou no de 125. Mas essa doença, na região, infelizmente é normal", frisa a comerciante.

PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS SÃO COMUNS

Basta mudar o tempo para a balconista Elizangela Fernandes, 31 anos, perder o sono e passar a noite ao lado da filha Kimberly Sofhia, de 2 anos e 6 meses. As duas sofrem de problemas respiratórios crônicos, mas a criança é a mais afetada. A mãe tem crises de rinite desde os 14 anos; a pequena sofre de bronquite desde o primeiro ano de vida.

"Vivo com o nariz escorrendo, mas o problema está nela. É sarar de uma crise e, em pouco tempo, volta. É terrível, não aguento mais dar antibiótico", diz a mãe.

Para tentar melhorar a qualidade de vida da criança e não perder horas no hospital, a família comprou uma máquina de inalação, item comum nas casas visitadas pela equipe do Diário.

"Sempre faço inalação nela, até fica mais calma, mas parece que as crises cada vez ficam mais fortes", comenta a balconista, que sempre morou no bairro Capuava, em Santo André.

Até hoje apenas um estudo, em parceria entre a Faculdade de Medicina do ABC e o laboratório de Poluição Atmosférica da USP, foi realizado. O resultado da pesquisa, realizada em 37 árvores para saber a concentração de chumbo, não foi nada agradável: 4 ppm (partes por milhão), na média. Mas em algumas concentrava 15,6 ppm. O ideal seria 1 ppm.

Fonte: http://www.dgabc.com.br/News/5894088/doencas-atingem-os-vizinhos-do-polo.aspx

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Coleta Seletiva promove inclusão de dependentes químicos

Todos sabem da dificuldade de inserção no mercado de trabalho sofrida por dependentes químicos. Veja como Marcus Azevedo conseguiu superar o problema.

O catador que reciclou a vida

Por: Claudia Mayara  (mayara@abcdmaior.com.br)

Marcus Durante: renascimento com trabalho ambiental. Foto: Amanda Perobelli

Marcus Durante: renascimento com trabalho ambiental. Foto: Amanda Perobelli

Desespero, escuridão e sofrimento. Foi assim que Marcus Azevedo Durante, 45 anos, se sentiu por seis anos. Desempregado e sem perspectiva de melhorar de vida, o morador de Diadema se viu mergulhado no submundo das drogas, viciado em crack e cocaína. Quando chegou ao fundo do poço, teve a certeza: o caminho sombrio não teria mais volta. Mas foi aí que enxergou, na reciclagem de resíduos sólidos, a luz no fim do túnel. O trabalho ambiental deu forças para o catador renascer das cinzas.

As drogas entraram na vida de Marcus como um grito de angústia diante da difícil situação financeira que perdurava há anos. Acostumado a trabalhar e ter o próprio dinheiro desde os 17 anos, a falta de oportunidades no mercado de trabalho consumiu e destruiu sua autoestima. Inútil e desprotegido, o refúgio no crack e na cocaína pareciam a saída menos dolorosa. Quando perdeu o apoio de amigos e familiares, Marcus percebeu que a ilusão de bem-estar e felicidade proporcionados pelas drogas era passageira, mentirosa e só lhe trazia mais destruição.

Ao ver a mãe doente e infeliz, procurou por ajuda de psicólogos e grupos como Narcóticos Anônimos. Mas a reviravolta só aconteceria com o trabalho de reciclagem. Uma assistente social, que fazia uma pesquisa socioambiental na Vila Nova Conquista, antiga favela da Coca-Cola, fez o convite para Marcus participar do projeto municipal Vida Limpa, de coleta seletiva. O morador de Diadema enxergou na proposta a chance de mudar a vida e dar a volta por cima. “Renasci junto com o Vida Limpa”, revelou.

Sentindo-se importante e integrante de algo maior, o catador recuperou a autoestima, descobriu o amor pela natureza e a si próprio. “Nós catadores somos os anticorpos do planeta, pois combatemos todos os materiais que podem fazer mal ao meio ambiente”, afirmou, com orgulho. Engajado na causa ambiental e defensor dos animais, hoje Marcus é coordenador do posto de coleta seletiva da Vila Nova Conquista e membro da diretoria da Associação Pacto Ambiental.

Apesar dos preconceitos que a categoria sofre na sociedade, Durante garante estar mais feliz e disse ter aprendido com a solidariedade do grupo a dar mais valor à vida. Atualmente, luta pelo reconhecimento do trabalho dos catadores pelas prefeituras. “Não vou mudar o mundo, mas quero fazer a minha parte”, disse.

Fonte: http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=30988

sábado, 11 de junho de 2011

Lixo como oportunidade


O Projeto Brasil Canadá foi convidado a participar da discussão sobre a destinação do lixo no município de São Paulo. O debate mais atual sobre o assunto e uma dos principais objetivos nosso é sobre como a Política Nacional de Resíduos Sólidos vai incluir social e economicamente catadores e catadoras de lixo reciclável. Esta é mais uma oportunidade de debate e oportunidade de participação da sociedade na tomada de decisão sobre um assunto que interessa a todos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Boletim Sobre Incinerador - SBC


Em Defesa da Coleta Seletiva com Inclusão dos Catadores, do Meio Ambiente, da Saúde e da Vida.

Seminário:
Em Defesa da Coleta Seletiva com Inclusão dos Catadores,
do Meio Ambiente, da Saúde e da Vida.

Os impactos da Incineração de lixo no Grande ABC.

Palestrantes:
Carlos Henrique de Oliveira-Prof Destão Ambiental da Metodista
Luzia Maria Honorato-Membro do Comitê Executivo Projeto Coleta Seletiva Brasil-Canadá (PSWM)
Data: 05 de Junho de 2011.
Local: Câmara Municipal de São bernardo do Campo
Horário: das 09:00 às 13:00hs

Mais informações: www.pswm.uvic.ca
Compareçam! Divulguem!
Atenciosamente,
Projeto Coleta Seletiva Brasil-Canadá

RJ será primeira cidade a aderir ao movimento Limpa Brasil

O Rio de Janeiro será a primeira das sete cidades brasileiras a receber o Limpa Brasil Let´s do it!, movimento mundial de mobilização social voltado para o envolvimento da sociedade no recolhimento dos resíduos sólidos descartados.

O primeiro mutirão de limpeza na cidade ocorrerá no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, e a expectativa é reunir cerca de 50 mil voluntários, entre coordenadores, catadores e supervisores. Os interessados devem se inscrever no site do projeto.

Na capital fluminense, 18 ecopontos, que estão espalhados por todas as regiões da cidade, funcionarão entre 9h e 17h, recebendo o lixo recolhido pela população. As tendas serão instaladas em lugares onde já atuam organizações não governamentais (ONGs) que trabalham na defesa do meio ambiente.

Leia reportagem na íntegra: http://planetasustentavel.abril.com.br/noticias/rio-sera-primeira-cidade-receber-limpa-brasil-let-s-it-628754.shtml

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Prefeituras apostam em apoio a catadores para ampliar coleta seletiva

São Paulo - Os resultados de parcerias entre prefeituras e cooperativas de catadores de material reciclável foram apresentados na Expocatadores. O evento na capital paulista incluiu debates sobre a ampliação da coleta seletiva. Representantes de administrações municipais indicam que a aposta na organização dos trabalhadores e em equipamentos, como carrinhos elétricos, fazem a diferença.
A cidade de Ourinhos, no interior de São Paulo, contava com apenas 10% do lixo destinado à coleta seletiva em 2003. Segundo Carlos Pessoa Guimarães, chefe da divisão de imprensa da Superintendência de Água e Esgoto da cidade, os catadores estavam desorganizados e trabalhavam em condições sub-humanas.

A partir de 2009, um fórum entre cooperativas passou a traçar outra perspectiva. “Foi um divisor de águas. Agora, 50% da cidade é atendida e a meta é chegar a 100% até o final de 2011”, promete Guimarães. A parceria trouxe outro benefícios como a construção de refeitórios e vestiários para os trabalhadores.
Na cidade gaúcha de Gravataí, após a elaboração um projeto integrado de recursos sólidos, o município iniciou a chamada "coleta solidária" em convênio com a associação dos catadores. Segundo Juarez Fialho, secretário de serviços urbanos do município, a coleta solidária resultou em uma economia de 50% do valor gasto com a empresa terceirizada. Ele destacou também que além dos carrinhos elétricos, os catadores contam com carros equipados para coleta de óleo, lâmpadas, pilhas e bateria.
Nesta quinta-feira (23), o evento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pelo oitavo ano consecutivo, ele participa da festa de Natal da população em situação de rua e dos catadores de materiais recicláveis. Neste ano, o presidente terá a companhia de Dilma Roussef, que assume o cargo em janeiro de 2011.

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/ambiente/2010/12/prefeituras-apostam-em-apoio-a-catadores-para-ampliar-coleta-seletiva

Catadores criticam Kassab por barrar expansão da coleta seletiva


Catadores criticam Kassab por barrar expansão da coleta seletiva
"Deus recicla, o diabo incinera" (Foto: Jéssica Santos Souza/RBA)
São Paulo - Catadores de materiais recicláveis protestaram na manhã desta quarta-feira (11) na capital paulista contra as restrições do serviço de coleta seletiva de lixo. Integrantes do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) caminharam da Câmara de Vereadores em direção à sede da administração municipal, gritando palavras de ordem com críticas ao prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Entre as acusações contra a gestão municipal, estão a de estabelecer restrições ao trabalho das cooperativas. Das 104 entidades ligadas ao movimento, apenas 17 estão regulamentadas. Além disso, a prefeitura poderia oferecer terrenos para a alocação de centrais de triagem, segundo os ativistas, mas não tem agido nesse sentido.
Ao final do protesto, em frente ao gabinete do prefeito, os catadores solicitaram reunião com representantes da gestão municipal, mas não foram atendidos. A prefeitura sugeriu que buscassem a Secretaria Municipal de Serviços. Uma comissão se dirigiu ao órgão para protocolar documento com as reivindicações do movimento.

Cooperativas

"Catador organizado não será pisado", gritavam os manifestantes. Além de palavras de ordem, Kassab foi vaiado pelos manifestantes. Segundo a Polícia Militar, 200 pessoas participaram da manifestação. Os organizadores calculam em 250 o número de participantes.
Para René Ivo Gonçalves, secretário-executivo do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos, as dificuldades de regularização das cooperativas envolvem a forma como os editais de licitação para contratação são feitos. "O edital é prejudicial para as cooperativas, porque elas não conseguem dar conta das exigências previstas", explica.
Durante o protesto, o vereador Ítalo Cardoso (PT) apontou contradições na política de meio ambiente da capital paulista. "É impossível pensar numa cidade que aprova projetos de lei para melhorar a qualidade do ar e de vida, e que ao mesmo tempo não consegue instruir a sua população a reciclar o lixo. É impressionante a quantidade e a riqueza do lixo de São Paulo", analisa o parlamentar.

Incineradores

Os catadores também criticam o que consideram como intenção da administração de instalar incineradores de lixo, reduzindo as possibilidades de geração de renda para esses trabalhadores. Um cartaz demonstrava o espírito do protesto: "Deus recicla, o diabo incinera". Segundo o deputado estadual Adriano Diogo (PT), o governo Kassab "destruiu a organização das cooperativas e a possibilidade da reutilização dos materiais captados por elas".
Para Mara Lúcia Sobral, de uma cooperativa sediada na Granja Viana, o problema da incineração são as consequências para o meio ambiente e para a saúde humana. "Ela causa câncer, polui e acaba com os recursos naturais do planeta", detalha. De acordo com Cardoso, "alguns tendem a achar que a melhor saída é a da incineração, mas na verdade ela é mais perigosa, a curto, médio e longo prazo.
Em outros municípios, segundo os ativistas, há políticas mais adequadas no tratamento da coleta, bem como das pessoas que trabalham na separação de materiais recicláveis. Segundo Joana D'Arc Pereira Costa, integrante de uma cooperativa de Ribeirão Pires (SP), a prefeitura local ofereceu duas áreas, uma para armazenamento e outra para triagem. Ainda garante um caminhão para a coleta seletiva porta-a-porta.

Trabalho

"Eu estava desempregada antes de trabalhar com isso", descreve Joana D'Arc. Ela conta que começou separando o lixo que recolhia nas ruas e guardando em casa mesmo para vender. "Depois, fiz um curso com mais duas amigas sobre cooperativismo e começamos a nos organizar", relata.
Maria Elena Lisboa, que participa do protesto, conta que integra a Cooperativa Viva Bem, na Lapa, na zona oeste da capital, há seis anos. "A cooperativa ajuda muito no nosso sustento", orgulha-se.  Ela é uma das fundadoras do empreendimento que hoje inclui 85 pessoas. Apesar de serem associados, eles recebem os mesmos benefícios de uma pessoa com carteira assinada, com um valor equivalente ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), férias remuneradas etc.

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2010/08/catadores-criticam-kassab-por-barrar-expansao-da-coleta-seletiva

Cadastro via internet vai ampliar organização de catadores

Tecnologia da informação vai reforçar a organização dos catadores. Informações geradas vão subsidiar ações de inclusão social
Cadastro via internet vai ampliar organização de catadores


Sistema aproveita recursos de mapas on-line para saber onde estão e quem são os catadores de materiais recicláveis no Brasil (Foto: Divulgação)
Um cadastro via internet é a aposta do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) para promover e interagir com cooperativas e trabalhadores do setor. O sistema funciona desde o dia 4 deste mês e promete avanços nos próximos anos.
O cadastro on-line vai permitir à coordenação do MNCR interagir e conhecer o perfil das cooperativas de catadores de todo país, afirmou o coordenador de comunicação da instituição Davi Amorim, em entrevista à Rede Brasil Atual.
Na fase inicial do sistema, cooperativas e catadores vão se cadastrar, informando número de filhos, escolaridade e contribuição à previdência, por exemplo. A partir desses dados, o movimento pretende subsidiar discussões de políticas públicas e na luta por inclusão social. “Vamos ter um mapa com a localização exata das cooperativas e um perfil dos catadores e de suas necessidades”, destacou Amorim.
Uma nova versão do cadastro deve estar pronta no início de 2010 com novas ferramentas que vão possibilitar saber quais materiais e o volume recolhido em cada cooperativa e a melhor destinação comercial.
De acordo com o representante do movimento, os futuros avanços no sistema vão permitir à organização de catadores ir bem mais longe: “Vamos interagir com as redes de comercialização de catadores, além disso o sistema vai facilitar negociarmos com as indústrias”.
De acordo com Amorim, no mínimo 40 mil catadores e 600 cooperativas devem ser cadastrados pelo novo sistema.

Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2009/08/cadastro-via-internet-vai-ajudar-organizacao-de-catadores

Fim de ponto de coleta é retrocesso injustificável

Parte do problema das chuvas que matam pessoas e destroem vidas se deve ao péssimo gerenciamento do lixo, o que torna ainda mais grave o sucateamento da coleta seletiva em São Paulo


No mínimo, a notícia sobre o fechamento de um ponto de coleta da Associação Reciclázaro no bairro da Lapa, em São Paulo, deve no mínimo, ser definida como triste, muito triste. O local funcionava na Igreja São João Maria Vianney e segundo a imprensa, a decisão para o fechamento partiu da Arquidiocese de São Paulo. A decisão revoltou os moradores acostumados a fazer uso do ponto de coleta entregando ali seus materiais recicláveis.
Na disputa entre a sociedade civil e os representantes da igreja, por enquanto, prevaleceu a vontade do clero. Os moradores organizaram um abaixo-assinado e prometem manter a briga. Mas sem entrar nos méritos e argumentos, gostaria de registrar o absurdo de vivermos tal situação, na maior metrópole do país que gera entre 14 e 15 mil toneladas de lixo por dia e recicla cerca de míseros 1% desse total, ainda se dar ao luxo, ao despautério de perder um ponto de coleta. Vejo isso como uma completa insensatez!
Se ainda fizermos menção ao fato de que 30 famílias obtinham sua renda do recolhimento e reciclagem de 50 toneladas de lixo mensais e de que tal local de coleta existia há 13 anos, tendo sido exatamente ali que nasceu a ONG Associação Reciclázaro, será difícil conter, pelo menos, uma ponta de revolta e indignação.

Desrespeito aos catadores
- Aliás, essa é outra questão a se destacar: a situação dos catadores. A coleta de materiais como latinhas, garrafas pet, papelão, papel, isopor, entre outros, nem sempre é vista com o respeito devido. Claro que existem exceções, mas muita gente reclama das carroças “atrapalhando o trânsito” e mesmo quando param para descansar ou recolher material, eles são vistos com desconfiança ou desdém. Mais difícil é fazer certas pessoas enxergarem nessa atividade um trabalho árduo e extremamente útil. São homens e mulheres anônimos que operam o milagre de transformar lixo que entope bueiros, suja as ruas e vão parar nos nossos pobres rios, em matéria útil que volta para a cadeia produtiva em forma de insumo para novos produtos.
Não é por outra razão, que mesmo com o trabalho desses abnegados que travam uma luta diária pela sobrevivência, repousam no fundo dos Rios Pinheiros e Tietê uma quantidade de lixo colossal composta de todo o tipo de materiais, inclusive, sofás, geladeiras e sujeiras de todo tipo despejados pelas pessoas. Os especialistas consideram que uma das principais razões das enchentes em São Paulo é, exatamente a ausência de vazão dos nossos principais rios prejudicados por uma enorme quantidade de sedimentos depositados em seus leitos.
O excesso de lixo e entulhos deixado nas ruas de São Paulo é outro motivo que contribui para as enchentes no começo de todos os anos. A Prefeitura no ano passado tentou coibir a prática por meio do aumento da multa para quem joga lixo na rua, cujo valor saltou de R$ 500 para R$ 12 mil. Mas só multar não soluciona o problema como é facilmente constatado pela quantidade de lixo boiando que pudemos ver neste janeiro de chuvas.
Diante desses fatos provocados pela ausência de uma política efetiva de reciclagem, ao invés de se abrirem dezenas, quem sabe centenas de pontos de coleta, é muito difícil conformar-se e aceitar serenamente, o fechamento de um ponto tradicional da cidade.
O lixo, ou melhor, “materiais fora de lugar”, como já afirmou com propriedade o economista Paulo Sandroni da Fundação Getúlio Vargas, deveria ser visto como algo a ser aproveitado e transformado em riqueza, não em algo a ser descartado de qualquer maneira.
Quem sabe se as tragédias persistentes não serão capazes de despertar em nossas autoridades, empresas e cidadãos, a consciência para a realização de esforços em busca de uma cidade e um mundo mais equilibrado e sustentável.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/fim-de-ponto-de-coleta-e-retrocesso-injustificavel

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