sexta-feira, 17 de junho de 2011

Coleta Seletiva promove inclusão de dependentes químicos

Todos sabem da dificuldade de inserção no mercado de trabalho sofrida por dependentes químicos. Veja como Marcus Azevedo conseguiu superar o problema.

O catador que reciclou a vida

Por: Claudia Mayara  (mayara@abcdmaior.com.br)

Marcus Durante: renascimento com trabalho ambiental. Foto: Amanda Perobelli

Marcus Durante: renascimento com trabalho ambiental. Foto: Amanda Perobelli

Desespero, escuridão e sofrimento. Foi assim que Marcus Azevedo Durante, 45 anos, se sentiu por seis anos. Desempregado e sem perspectiva de melhorar de vida, o morador de Diadema se viu mergulhado no submundo das drogas, viciado em crack e cocaína. Quando chegou ao fundo do poço, teve a certeza: o caminho sombrio não teria mais volta. Mas foi aí que enxergou, na reciclagem de resíduos sólidos, a luz no fim do túnel. O trabalho ambiental deu forças para o catador renascer das cinzas.

As drogas entraram na vida de Marcus como um grito de angústia diante da difícil situação financeira que perdurava há anos. Acostumado a trabalhar e ter o próprio dinheiro desde os 17 anos, a falta de oportunidades no mercado de trabalho consumiu e destruiu sua autoestima. Inútil e desprotegido, o refúgio no crack e na cocaína pareciam a saída menos dolorosa. Quando perdeu o apoio de amigos e familiares, Marcus percebeu que a ilusão de bem-estar e felicidade proporcionados pelas drogas era passageira, mentirosa e só lhe trazia mais destruição.

Ao ver a mãe doente e infeliz, procurou por ajuda de psicólogos e grupos como Narcóticos Anônimos. Mas a reviravolta só aconteceria com o trabalho de reciclagem. Uma assistente social, que fazia uma pesquisa socioambiental na Vila Nova Conquista, antiga favela da Coca-Cola, fez o convite para Marcus participar do projeto municipal Vida Limpa, de coleta seletiva. O morador de Diadema enxergou na proposta a chance de mudar a vida e dar a volta por cima. “Renasci junto com o Vida Limpa”, revelou.

Sentindo-se importante e integrante de algo maior, o catador recuperou a autoestima, descobriu o amor pela natureza e a si próprio. “Nós catadores somos os anticorpos do planeta, pois combatemos todos os materiais que podem fazer mal ao meio ambiente”, afirmou, com orgulho. Engajado na causa ambiental e defensor dos animais, hoje Marcus é coordenador do posto de coleta seletiva da Vila Nova Conquista e membro da diretoria da Associação Pacto Ambiental.

Apesar dos preconceitos que a categoria sofre na sociedade, Durante garante estar mais feliz e disse ter aprendido com a solidariedade do grupo a dar mais valor à vida. Atualmente, luta pelo reconhecimento do trabalho dos catadores pelas prefeituras. “Não vou mudar o mundo, mas quero fazer a minha parte”, disse.

Fonte: http://www.abcdmaior.com.br/noticia_exibir.php?noticia=30988

2 comentários:

  1. É isso aí! Exemplo de vida, superação e sensibilidade!

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  2. Inspiradora a história de vida do Marcus. Também muito boa a matéria - estas reportagens do Eu ABCD são sempre muito legais.

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